terça-feira, 13 de setembro de 2011

Entre uma gestão autoritária e participativa: implicações para o mundo universitário


Nem sempre é tão óbvio para quem acaba de chegar em instituição (em particular para nossa discussão, uma instituição pública de ensino - universidade) reparar os seus contornos e formas de gestão. O próprio enebriamento de toda novidade vivida na recém chegada a instituição obnubila a percepção para esse aspecto (exceto para aqueles que já são afeiçoados, via uma formação específica, ao tema).

Para os servidores mais velhos, ou seja, para os professores e técnicos que já têm alguma experiência, algum tempo na instituição a coisa muda um pouco de figura. A grosso modo é possível estabelecer a seguinte classificação: existem aqueles que desde o começo estavam sensíveis as formas de gestão; há os que se envolvem com os seus próprios projetos e rotinas, apesar de se darem conta das questões relativas a gestão; e há os que não querem nem saber. Não há nenhum julgamento moral em relação as posturas dos servidores, apenas intencionamos chamar atenção para algumas implicações dos modelos de gestão nas vidas profissionais dessas próprias pessoas.

Para efeito de contraste, iremos simplesmente esboçar dois grandes modelos de gestão aqui denominados de “gestão autoritária” e “gestão participativa”.

Mesmo que não estejamos atentos, mesmo que achemos que não “nascemos” para essa coisa de gestão, temos implicações e somos implicados. Poderíamos dizer muito mais. Somos, na verdade, implicados diretamente nos efeitos a depender do modelo de gestão universitária. Tentando pensar essas implicações iremos, sinteticamente apresentar algumas características a respeito do tipo autoritário e do tipo participativo de gestão.

Tipo autoritário
Tipo participativo
Tomada de decisão restrita a poucos indivíduos
Tomada de decisão estendida
Relações mediadas e controladas pelo medo
Relações abertas às críticas e mediados pelo confronto de ideias
Baixo nível de confiança e mal estar no ambiente organizacional
Alto nível de confiança e bem estar no ambiente organizacional
Não propicia a autonomia
A autonomia é vivenciada de maneira consistente porque há uma aposta na competência individual e dos grupos
Baixa criatividade organizacional
Alta capacidade criativa
Nível elevado de estresse ocupacional – ambiente propiciador para adoecimentos
Satisfação e bem estar vividos no ambiente organizacional porque há vinculação com o sentimento de realização profissional.
Tendência a desmotivar os servidores
Ambiente motivador
Tendência dos servidores desenvolverem sentimentos de discórdias e revoltas.
Tendência a desenvolver laços de união, trabalho em equipe.
Capacidade reduzida da instituição forjar novas lideranças
Alta capacidade da instituição formar novas lideranças e centrar-se na qualidade via a competência.

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