Nem sempre é tão óbvio para quem
acaba de chegar em instituição (em particular para nossa discussão, uma
instituição pública de ensino - universidade) reparar os seus contornos e
formas de gestão. O próprio enebriamento de toda novidade vivida na recém
chegada a instituição obnubila a percepção para esse aspecto (exceto para
aqueles que já são afeiçoados, via uma formação específica, ao tema).
Para os servidores mais velhos, ou
seja, para os professores e técnicos que já têm alguma experiência, algum tempo
na instituição a coisa muda um pouco de figura. A grosso modo é possível
estabelecer a seguinte classificação: existem aqueles que desde o começo
estavam sensíveis as formas de gestão; há os que se envolvem com os seus
próprios projetos e rotinas, apesar de se darem conta das questões relativas a
gestão; e há os que não querem nem saber. Não há nenhum julgamento moral em
relação as posturas dos servidores, apenas intencionamos chamar atenção para
algumas implicações dos modelos de gestão nas vidas profissionais dessas
próprias pessoas.
Para efeito de contraste, iremos simplesmente
esboçar dois grandes modelos de gestão aqui denominados de “gestão autoritária”
e “gestão participativa”.
Mesmo que não estejamos atentos,
mesmo que achemos que não “nascemos” para essa coisa de gestão, temos
implicações e somos implicados. Poderíamos dizer muito mais. Somos, na verdade,
implicados diretamente nos efeitos a depender do modelo de gestão
universitária. Tentando pensar essas implicações iremos, sinteticamente
apresentar algumas características a respeito do tipo autoritário e do tipo
participativo de gestão.
Tipo autoritário
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Tipo participativo
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Tomada de decisão restrita a poucos
indivíduos
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Tomada de decisão estendida
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Relações mediadas e controladas
pelo medo
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Relações abertas às críticas e
mediados pelo confronto de ideias
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Baixo nível de confiança e mal
estar no ambiente organizacional
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Alto nível de confiança e bem estar
no ambiente organizacional
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Não propicia a autonomia
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A autonomia é vivenciada de maneira
consistente porque há uma aposta na competência individual e dos grupos
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Baixa criatividade organizacional
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Alta capacidade criativa
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Nível elevado de estresse
ocupacional – ambiente propiciador para adoecimentos
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Satisfação e bem estar vividos no
ambiente organizacional porque há vinculação com o sentimento de realização
profissional.
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Tendência a desmotivar os
servidores
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Ambiente motivador
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Tendência dos servidores
desenvolverem sentimentos de discórdias e revoltas.
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Tendência a desenvolver laços de
união, trabalho em equipe.
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Capacidade reduzida da instituição
forjar novas lideranças
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Alta capacidade da instituição
formar novas lideranças e centrar-se na qualidade via a competência.
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