segunda-feira, 17 de maio de 2010

FORMAÇÃO DOCENTE: O PAPEL DO COORDENADOR DE COLEGIADO NA UNIVASF

A UNIVASF acaba de completar 5 anos. Esta recente Universidade nasce com características particulares e com desafios interessantes. Trata-se de uma instituição desenvolvida no bojo de uma política pública de expansão e interiorização do ensino superior.
Tal política pública, por sua vez, visa, além, obviamente, de aumentar a oferta de vagas no ensino superior, democratizar o acesso e estimular o desenvolvimento regional.
Bem, todas as universidades novas, assim chamadas, têm, mais ou menos, essas características. Uma das coisas, portanto, que particularizam a UNIVASF é o fato dela ser multi-campi e regional. Estamos atualmente com 5 campi e presentes em 3 estados e em 4 municípios do sertão nordestino (São Raimundo Nonato – PI, Senhor do Bonfim – BA, Juazeiro – BA, Petrolina Centro – PE e Petrolina “Fazenda” – PE). Estamos com um total de 21 cursos de graduação, 1 curso seqüencial, 1 residência multiprofissional, 6 residências médicas e 2 mestrados. Sem querer entrar em pormenores e em todos os desdobramentos dessas características, queremos tão somente salientar o perfil do nosso corpo docente e, daí, problematizar um aspecto da formação do professor.
Presentemente, temos 142 professores com mestrado, 102 com doutorado, 75 com especialização e apenas 11 com graduação. Muitos desses professores estão concluindo suas qualificações.
Em relação a idade, temos 57 professores entre 41 a 50 anos, 18 de 51 a 60 anos, 4 de 61 a 70 anos, 177 de 31 a 40 anos e 77 até 30 anos (Dados do DRH – UNIVASF / 2009).
Esses dados nos possibilitam dizer que temos um corpo docente jovem e que está, basicamente, iniciando sua carreira. Ao mesmo tempo, somos uma instituição nova e com um número relativamente pequeno de servidores, considerando aí o grande volume de atividades, funções de gestão, estruturas administrativas e organizacionais. Tudo isso significa dizer que há uma enorme necessidade de se investir na formação docente, sobretudo na dimensão da gestão.
Um exemplo emblemático é o papel do coordenador de colegiado. Diferente de algumas antigas universidades, a nossa tem um desenho administrativo mais leve, mais horizontalizado. Nós abolimos a estrutura departamental e de centros (estruturas essas, muitas vezes, que criam morosidade na dinâmica universitária, além de contribuir com os chamados “guetos” universitários e hierarquizar demais o sistema), funcionando tão somente com os colegiados em uma relação direta com a reitoria, com o Conselho Universitário, com as pró-reitorias e outras estruturas administrativas da universidade.
Por outro lado, esse modelo, de colegiado, demanda do coordenador certas habilidades, competências, informações e conhecimentos que ele não tem – ainda mais quando se trata de um professor jovem que está iniciando sua carreira.
O papel do coordenador de colegiado em uma estrutura como a nossa demanda funções e ações que passam pela questão do papel de orientador, de supervisor, planejador, de gestor de recursos humanos, de administrador de recursos materiais, dentre outros papéis. Isto é tão sério que o bom ou o mau desempenho do coordenador pode afetar o desempenho do assistente, impactar na evasão ou retenção discente, na avaliação do curso, na política do curso, na qualidade das relações entre os professores do colegiado, etc.
Nos impele, ao termos essa avaliação ou essa constatação, criar condições para investir fortemente em uma formação docente, focando, especialmente, a dimensão da gestão. Precisamos formar, preparar e capacitar melhor os nossos professores para assumir, de maneira competente, a função de coordenador de colegiado. Eis aí uma das nossas atuais características com seu desdobrar nesse desafio – formação docente.

Porto de Galinhas – PE, maio de 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário