domingo, 28 de março de 2010

FORMANDO A CULTURA DOCENTE II

A UNIVASF hoje está com cerca de 350 professores. Segundo a pesquisa feita pela Diretoria de Recursos Humanos – DRH, a maioria dos nossos professores tem idade entre 30 a 40 anos. Alguns destes iniciam, pela primeira vez, a carreira docente. Há vantagens potenciais em possuirmos um quadro de jovens professores, sem dúvida. Entretanto, há que se pensar e agir fortemente em uma política de formação permanente desses profissionais porque, por mais competentes e qualificados que sejam, existem especificidades da condição da docência, sobretudo no ensino superior, de universidade pública, que só na atuação é possível forjar.
Acredito que há muitos outros papéis que vão além daqueles explicitamente conhecidos e que estão em cena na atuação do professor em um contexto de ensino superior público. Esses papéis vão além da capacidade de uma formação inicial. Se para um professor, que já teve uma formação inicial de docência não é simples e fácil desenvolver competências e habilidades para atuar em um nível mais complexo de sua condição docente, imagine para aquele professor que nunca lecionou ou mesmo que nunca teve uma formação (mesmo que só teórica) pedagógica. Realmente não é fácil e demanda muito da instituição, dos pares, dos colegiados e do sujeito mesmo um investimento recorrente para buscar desenvolver cada vez mais aquilo que é requerido dele.
Só para citar alguns desses papéis, muitas vezes sutis, que são requeridos do professor em seu exercício, citemos a relação com os estudantes, o apropriar-se dos sentidos da avaliação, o domínio da didática e dos processos ensino e aprendizagem... Além disso, há também a competência de ser mediador nas situações de conflito (que invariavelmente ocorrerem envolvendo alunos, técnicos e outros colegas docentes), o conhecimento das legislações ligadas a educação, as habilidades inerentes a condição de ser gestor (sobretudo para instituições novas, onde quase todos os docentes são convocados a ocupar algum cargo ou função que envolve gestão) e ao processo de desenvolvimento pessoal (auto-conhecimento, ética, etc.).

Natal, 16 de novembro de 2009 (no XXVI ForGrad).

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