sexta-feira, 10 de março de 2023

Sobre a disciplina de Educação e Políticas Públicas…






Ana Clara de Moura Araujo

Discente do curso de Psicologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco.


Este texto é produto do processo vivido no âmbito da 

disciplina Educação e Políticas Públicas, 

do curso de Psicologia da Univasf, 

tendo como professor Marcelo Silva de Souza Ribeiro 

em março de 2023




A priori, vimos como a educação, desde décadas passadas, da época da colônia até tempos recentes, o quão ela luta para que todos possam a ter, entre ditaduras, entre governos que disponibilizam ou não verbas que consigam arcar com todo suporte necessário para que crianças, adolescentes, adultos e idosos possam desfrutar desse processo que é a aprendizagem, nesse contexto dentro de espaços que são as escolas.

Arriada et al (2012) nos fez refletir sobre o que seria a cultura escolar, sendo essa muitas vezes, ligada a ideia de civilizar com moralidade ou ordenamento religioso, e sobre a escola, nascem os grandes sistemas públicos de educação, no qual instrui as pessoas a comportamentos e valores. É válido salientar que o que nos é necessário refletir, é a forma como a educação e a escola adentra no cotidiano das pessoas, não é basicamente para educar as pessoas, mas para regular e por em normas da sociedade, e mais na frente, como os autores vem nos trazer, essa massificação de pessoas torna o produto das escolas, que é um poderoso modificador de pessoas, em uma forma de comercialização, e esse passa a ser um mercado, no qual nem todas as pessoas conseguem acesso.

           Um importante ponto a relacionar esse movimento de mercado é a chamada escola sem partido, A Reforma do Ensino Médio como apresentada na Lei 13.415/2017, na qual está atrelada a um movimento que se diz que a escola é um espaço que pratica a doutrinação política e ideológica, que acaba por transformar os jovens, ao ter contato com raízes filosóficas, em rebeldes e gerando conflitos familiares com seus pais (Silva, J. et al 2019), essa discussão nos remexe, pois como estudantes de psicologia, sabemos que é exatamente ao contrário, não estudar as raízes nos torna alienados, pois não sabemos o porquê de certos movimentos e acabamos sendo levados pela ideologia de que somente o nosso lado está certo, como podemos ver, essa questão que atravessa o patriotismo, fica evidente o teor político conservador, que não quer dar voz às pessoas que se veem ou que veem outras pessoas fora do padrão.

Tais pensamentos me fazem refletir acerca da forma como as coisas se desenvolvem dentro da escola, e como tais situações precisam ser abordadas e levadas, como todo o processo é tão difícil, sendo um item tão necessário, e tão boicotado, é de entristecer. O que mais causa espanto é em uma era de tanta informação, como por exemplo, já temos sites que fazem trabalhos como nunca feitos e com tanta excelência, nessa era ainda há pessoas que acreditam em quaisquer informações propagadas, ou não necessariamente propagadas mas que dizem respeito a um tema comum, como o caso da escola sem partido, no qual induz as pessoas a tomarem como nota a questão da filosofia e outros materiais que causem a reflexão da grade curricular, para que a ideologia dos mesmos possa entrar com facilidade. 

      Esta disciplina remexe com todos, ou quase todos conceitos e pré conceitos sobre as políticas públicas, revisitar o texto sobre o avanço das políticas conservadoras e o processo da militarização da educação, e pensar nas pessoas que fazem parte das minorias que a classe conservadora discrimina, e como está o bem estar das mesmas, pois alguns relatam que já passam por a dificuldade de não se sentir incluído, quando a massa tem sua orientação sexual bem definida, seus valores e conceitos sobre a vida, tais comportamentos aumentam mais ainda o mal estar dessas pessoas, fazendo com que os suicídios  continuem aumentando e ocupando uma das principais mortes de jovens.

Mais reflexões como esta deveriam ser feitas ao longo de todo curso de psicologia, acredito que não tenhamos como sair sem ao menos pensar em toda a trajetória e valorizar a mesma, a disciplina pra mim teve grande importância pois me fez voltar a lugares que muitas vezes acabamos deixando despercebido, o de luta pela educação inclusiva. 

  

 REFERÊNCIAS

 Arriada, E; et al.A cultura escolar material, a modernidade e a aquisição da escrita no Brasil no século XIX. Educação, vol. 35, núm. 1, enero-abril, 2012, pp. 73-88.Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Brasil.

 

Silva,J. et al 2019. ESCOLA SEM PARTIDO OU PARTIDO DO MERCADO?14o Encontro Nacional de Prática de Ensino de Geografia Políticas, Linguagens e Trajetórias .Universidade Estadual de Campinas, 29 de junho a 4 de julho de 2019

 

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