terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Da Práxis Pedagógica a Transformação Social




Ilze Braga de Carvalho Nobre

Transformação do mundo: tal frase pode gerar bastante desconforto:  seria uma grande utopia?  Um sonho inalcançável?  Ou um caminho que se faz caminhando?
Lidar com pessoas não é algo fácil, principalmente quando as pessoas são o foco do trabalho e objetivo dele é a mudança de atitude, com relação ao ser e ao fazer, enfim ao estar no mundo e fazer diferença nisso. Pensar na transformação social como um caminho que se faz caminhando pode ser a motivação necessária para diariamente ter sentido de viver e trabalhar e se a educação e os processos educativos são inerentes a transformação social é possível pensar numa práxis pedagógica voltada para a mudanças possíveis  e positivas.
Para conceituar práxis faz se necessário pensá-la como uma atividade material, transformadora e ajustada nos objetivos. Que objetivos temos com a nossa prática profissional? Que valores estão embutidos no meu fazer?  Que sentido de vida  faz para os outros e para mim?   A prática precisa ser atividade concreta pela qual os sujeitos humanos se afirmam no mundo, modificando a realidade e para poderem altera- lá transformam- se a si mesmos.    A PRÁTICA se tornará PRÁXIS a partir do momento em que tenha por base uma pedagogia fundada na satisfação das necessidades sociais da educação.
 Um  professor que é capaz de ser reflexivo  poderá ser um agente de mudanças  para ele e para o seu entorno,  visto que na  prática  precisará tomar  atitudes que reformularão sua intervenção no meio social e na cultura.  O processo de libertação do oprimido, que parte da práxis, da epistemologia e da ética, não é uma teoria social desconectada com a sociedade, mas uma teoria que provoca atitudes conscientes no sujeito frente às realidades desumanizadoras e opressoras que o limitam do “ser mais”.  Ainda segundo o autor existe um compromisso do profissional com a sociedade, compromisso que deve ser crítico, ético e consciente objetivando o fim das realidades opressoras.  (FREIRE, 1996)

O professor não irá conseguir grandes mudanças estando sozinho, ela precisará de apoio da comunidade escolar.  A escola precisa se tornar um ambiente reflexivo, ou seja, dentro da sociedade e da cultura ao qual está inserida, a escola deve tornar-se o ponto de referência, além de oferecer a esse profissional espaço e tempo para ação – reflexão – ação. Segundo Saviani apud Souza (2014) diz que juntos, professor e aluno produzem os processos que podem levar às transformações profundas no setor educacional, com o objetivo de refletir na sociedade e ainda que e escola seja o caminho de transformação, ela não contempla como um espaço de diálogo, de debate, de questionamento e da formação do ser humano.

“Deve-se buscar a excelência na docência, pois o professor é um semeador da humanização, do processo de inclusão social e um incentivador do conhecimento   e da pratica da liberdade, ajudando o aluno  a ter uma nova visão de vida.  (Souza 2014).

Para que se alcance o metas e objetivos  relacionadas a transformação social a partir a práxis pedagógica é primordial educar-se para educar. Aperfeiçoamento constante e olhar crítico para o mundo e com o mundo: o professor tem que estar junto com o grupo para conseguir mudar, transformar.  Considerando então que toda formação necessita de um caráter interdisciplinar pode se afirmar que será possível caminhar para a transformação social se várias “práxis” estiverem caminhando juntas para alcançar esse mesmo objetivo.







Referências:
FORTUNA, Volnei. A relação teoria e prática na educação em Freire. Revista Brasileira de Ensino Superior, Passo Fundo, v. 1, n. 2, p. 64-72, jan. 2016. ISSN 2447-3944. Disponível em: <https://seer.imed.edu.br/index.php/REBES/article/view/1056>. Acesso em: 13 out. 2017. :https://doi.org/10.18256/2447-3944/rebes.v1n2p64-72.
SOUZA, G. A. D. B. O Perfil do Professor do Século XXI. Revista Eletrônica do Programa de    Mestrado em Letras – Universidade Vale do Rio Verde, Vol 11, nº 1, 2014.
FREIRE, P. Educação e Mudança. 2ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.



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