Ilze Braga de
Carvalho Nobre
Transformação
do mundo: tal frase pode gerar bastante desconforto: seria uma grande utopia? Um sonho inalcançável? Ou um caminho que se faz caminhando?
Lidar
com pessoas não é algo fácil, principalmente quando as pessoas são o foco do
trabalho e objetivo dele é a mudança de atitude, com relação ao ser e ao fazer,
enfim ao estar no mundo e fazer diferença nisso. Pensar na transformação social
como um caminho que se faz caminhando pode ser a motivação necessária para
diariamente ter sentido de viver e trabalhar e se a educação e os processos
educativos são inerentes a transformação social é possível pensar numa práxis
pedagógica voltada para a mudanças possíveis
e positivas.
Para
conceituar práxis faz se necessário pensá-la como uma atividade material, transformadora e ajustada nos objetivos. Que
objetivos temos com a nossa prática profissional? Que valores estão embutidos
no meu fazer? Que sentido de vida faz para os outros e para mim? A prática precisa ser atividade
concreta pela qual os sujeitos humanos se afirmam no mundo, modificando a
realidade e para poderem altera- lá transformam- se a si mesmos. A
PRÁTICA se tornará PRÁXIS a partir do momento em que tenha por base uma pedagogia
fundada na satisfação das necessidades sociais da educação.
Um professor que é capaz de ser reflexivo poderá ser um agente de mudanças para ele e para o seu entorno, visto que na prática precisará tomar atitudes que reformularão sua intervenção no
meio social e na cultura. O processo de
libertação do oprimido, que parte da práxis, da epistemologia e da ética, não é
uma teoria social desconectada com a sociedade, mas uma teoria que provoca
atitudes conscientes no sujeito frente às realidades desumanizadoras e
opressoras que o limitam do “ser mais”. Ainda segundo o autor existe um compromisso do
profissional com a sociedade, compromisso que deve ser crítico, ético e consciente
objetivando o fim das realidades opressoras. (FREIRE, 1996)
O
professor não irá conseguir grandes mudanças estando sozinho, ela precisará de
apoio da comunidade escolar. A escola
precisa se tornar um ambiente reflexivo, ou seja, dentro da sociedade e da
cultura ao qual está inserida, a escola deve tornar-se o ponto de referência,
além de oferecer a esse profissional espaço e tempo para ação – reflexão –
ação. Segundo Saviani apud Souza (2014) diz que juntos, professor e aluno
produzem os processos que podem levar às transformações profundas no setor
educacional, com o objetivo de refletir na sociedade e ainda que e escola seja
o caminho de transformação, ela não contempla como um espaço de diálogo, de
debate, de questionamento e da formação do ser humano.
“Deve-se
buscar a excelência na docência, pois o professor é um semeador da humanização,
do processo de inclusão social e um incentivador do conhecimento e da pratica da liberdade, ajudando o aluno a ter uma nova visão de vida. (Souza 2014).
Para
que se alcance o metas e objetivos
relacionadas a transformação social a partir a práxis pedagógica é
primordial educar-se para educar. Aperfeiçoamento constante e olhar crítico
para o mundo e com o mundo: o professor tem que estar junto com o grupo para
conseguir mudar, transformar. Considerando
então que toda formação necessita de um caráter interdisciplinar pode se afirmar
que será possível caminhar para a transformação social se várias “práxis”
estiverem caminhando juntas para alcançar esse mesmo objetivo.
Referências:
FORTUNA, Volnei. A relação teoria e prática na
educação em Freire. Revista Brasileira de Ensino Superior,
Passo Fundo, v. 1, n. 2, p. 64-72, jan. 2016. ISSN 2447-3944. Disponível em:
<https://seer.imed.edu.br/index.php/REBES/article/view/1056>. Acesso em: 13 out. 2017. :https://doi.org/10.18256/2447-3944/rebes.v1n2p64-72.
SOUZA, G. A. D. B. O Perfil do Professor do Século XXI.
Revista Eletrônica do Programa de
Mestrado em Letras – Universidade Vale do Rio Verde, Vol 11, nº 1, 2014.
FREIRE,
P. Educação e Mudança. 2ª ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1979.
FREIRE,
P. Pedagogia da Autonomia: saberes
necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.
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