terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

O Pensar Reflexivo como Tarefa Educacional



Edenise Glaucia Alves Guedes[1]

RESUMO: O presente trabalho visa discuti acerca da temática O Pensar Reflexivo como Tarefa Educacional, com base nos teóricos John Dewey e Anísio Teixeira na percepção de ZUBEN (S/D). Busca-se nesse estudo apresentar a importância da prática reflexiva docente.

Em tempos de constantes transformações sociais, políticas e econômicas, a escola é inevitavelmente um território que também está inserido em processos de mudanças e acontecimentos a sua volta como metamorfose dos tempos atuais. Ansiamos chegar a credibilidade educacional, portanto se faz necessário, enquanto professor, proporcionar momentos de reflexão individual e coletivamente sobre a prática docente. Para chegar a uma luz de qual caminho seguir, podemos tomar como princípio norteador as concepções do filósofo Marcos Von Zubem (S/D) que apresenta os teóricos John Dewey e Anísio Teixeira acerca da temática proposta nesse texto.
Para tanto, sigo a acompanhar a linha de entendimento sobre a prática reflexiva que encontramos no artigo que embasa esse estudo, onde apresenta uma trajetória sobre a prática reflexiva em escolas norte-americanas e que também influenciou educadores de diversos países. Aqui no Brasil, John Dewey (1959) inspirou o movimento da Escola Nova, liderado por Anísio Teixeira (1971) nas décadas de 1920 e 1930.  Um ponto importante a ser analisado sobre o olhar de Dewey é a capacidade reflexiva que o professor deve desenvolver na sua atuação docente e quais as dificuldades para essa prática. Uma reflexão voltada para a prática docente se faz necessária, em meio ao cenário de mudanças cada vez mais perceptíveis, no comportamento e nas atitudes do ambiente escolar. Desta forma, analiso o pensamento inicial de Dewey (1959) e sua contribuição para a prática pedagógica, em contra partida, apresento um breve argumento sobre a possível prática do professor reflexivo.
Em sua percepção filosófica, Dewey (1959) faz referência aos pensamentos de Stuart Mil e Hegel apud Tudela, 1998 quanto as experiências adquiridas no percurso da vida, e a não, ser essas experiências a dissolução entre o homem  e o pensar, levando assim a capacidade racional do ser humano agir diante do conhecimento adquirido, trazendo em destaque a necessidade de extrair dos pensamentos os melhores resultados das ações humanas e se utilizar da experiência passada não para reproduzi-la, mas sim para buscar uma experiência nova e mais evoluída, sendo ela (a experiência), somente possível mediante a autonomia de pensar e de dirigir por si só.
O texto apresenta uma série de parâmetros e argumentos para qualificar o pensamento reflexivo, como por exemplo: Existem dois momentos básicos do ato de pensar reflexivo. O primeiro é um estado de dúvida, hesitação, perplexidade, dificuldade mental, que incita o pensamento através de um problema; essa é a origem do ato de pensar, o fator orientador de todo mecanismo de reflexão. O segundo momento, é o ato de pesquisa, procura, investigação; que visa resolver a dúvida e esclarecer a perplexidade”. Embora o pensamento de Dewey esteja bem fundamentado em uma linha lógica de razão, um comentário apresentado pelo pensador da educação, Demerval Saviani (2006), quando infere que diz que o professor reflexivo poderá se tornar repetitivo e não atingir seus objetivos, estando em constante argumentação, não chegando alugar algum.  Para Nóvoa (1995), o pensamento reflexivo é determinado pelo contexto histórico do indivíduo.
Deste modo, podemos concluir que o professor reflexivo precisa apresenta-se atento a sua prática diária de atividades pedagógicas, e também como reflete sobre ela, para que de modo significativo possa contribuir favoravelmente e satisfatoriamente para uma prática reflexiva atuante. Por não ter uma formação profissional, uma ementa que contemple as competências e habilidades do professor reflexivo, muitas vezes encontramos professores que, embora tenha anos de vivencia em sala de aula, na sua prática reflexiva, esta se apresenta de forma imatura, despreparado para atuar de modo pleno uma sala de aula, repleta de novos conceitos e mudanças, levando ao desencantamento pela docência e por último, a evasão docente. Decorrente da falta de preparo, o professor que não demanda tempo para refletir sobre sua pratica diária e para de em busca de solução significativas.

REFERÊNCIAS
DEWEY, John. Como Pensamos. São Paulo, Ed. Nacional, 2ª ed., 1959.
NÓVOA, A. Vidas de Professores. 2. ed., Porto Editora: Porto, 1995. (Coleção Ciências da Educação).
SAVIANI, D. Escola e democracia: polêmica do nosso tempo. Campinas: Autores Associados, 2006.
TEIXEIRA, Anísio. Pequena introdução à filosofia da educação. São Paulo, Ed. Nacional, 6ª ed., 1971.
TUDELA, Jorge P. El Pragmatismo Americano: Acción Racional y Reconstruccion del Sentido, Madrid, Editorial Cincel, 1988.
ZUBEN, M. V. De John Dewey a Anísio Teixeira: o pensar reflexivo como tarefa educacional. Rev. Pedag, ano 1, nº 2. S/D.






[1] Professora do Instituto Federal IF-Sertão Campus Zona Rural. Mestranda como aluna especial da disciplina Epistemologia da Prática e o Professor Reflexivo do Programa de Pós-graduação em Formação de Professores e Práticas Intedsiciplinares (PPGFPPI- UPE Campus Petrolina).

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